quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Clonagem é tema delicado e complicado. É o no sentido ético, e não tanto no científico; Na perspectiva científica a clonagem é quanto mais tecnicamente difícil. Portanto, antes que declarar o que quer seja é necessário esclarecer o que se entende (ou entendido) sobre a clonagem no contexto destas duas disciplinas.

Cientifico. Por definição, a clonagem não é mais do que transferência artificial – artificial no sentido de que é feito por ação humana e não natural, dado que transferências genéticas ocorrem na natureza e constituem um dos pilares do evolucionismo (darwinismo) – de material genético de um organismo para outro. Essa transferência pode envolver um único gene ou um conjunto de genes. Um bom exemplo do primeiro caso é a clonagem da insulina do porco que veio aliviar e salvar a vida de milhões de diabéticos. Um exemplo do segundo é o caso (lamentável) da Dolly. Existe, um grande abismo entre estes dois tipos de clonagem: a consciência. A insulina não é consciente, é somente uma proteína, mas a Dolly é. Se o argumento a favor da clonagem é a utilização ciência para o bem-estar da humanidade, esse altruísmo cientifico não tem qualquer cabimento no contexto da clonagem de um ser consciente.

Prós:

Cura de doenças: através da clonagem de proteínas terapêuticas,

Mata a fome: melhoramento de estripes de plantas.

Em combinação com a células estaminais pode produzir órgãos para transplante.

Atual industria da carne: comer carne sem matar o animal.

Ético. Do ponto de vista ético, a clonagem resume-se a uma simples e repetida pergunta: Será que o ser humano pode brincar a Deus? Este é um tipo de pergunta que não tem reposta, já que levanta uma miríade de outras perguntas não menos difíceis de responder tais como: Qual é o limite entre o divino e humano? Não vou (nem sei) divagar sobre estes detalhes. O que importa é que o epicentro destas perguntas reside num sentimento humano ancestral e primitivo: o medo. A clonagem foi deste sempre um tema delicado no contexto ético, o ponto de viragem ocorreu com a Dolly.

Contra:

Na está no direito do humano fazer aquilo que está confinado ao divino,


Impossibilidade de prever e remediar as consequências. Por exemplo, introdução/modificação de genes pode levar ao desenvolvimento de características/organismos aberrantes e maus .

Clonar-se a si própria é uma possibilidade teoricamente – refiro a teórica porque neste caso a clonagem reside na fusão de DNA genómico (nuclear) mas sabe-se hoje em dia que o DNA de outras organelos celulares também influenciam os caracteres hereditários – fraca pela falta de propósito. Neste caso os argumentos a favor da clonagem não são aplicáveis e os contra são crescidos. Se clonar uma Dolly é um ato puramente antropocêntrico, clonar a si próprio; é acima disso egocêntrico e narcisista. Com que intenções alguém se clona a si própria?

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